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sexta-feira, agosto 04, 2006

Férias... 

Como estou com os pezinhos virados para as férias poder-se-á adiantar que durante duas semanas não haverá novidades neste blog. A não ser que… eu venha cá, durante o meu período de descanso, dar um arzinho da minha “graça” ou então aconteça um milagre, o que acho pouco provável. Mas seria engraçado quando voltasse ver esta casa cheia de “irmãos” pródigos.

O estranho é que me parece ter perdido a noção do que são férias. Até que este ano devido, à alteração do meu estado civil, até tenho mais dias de descanso do que alguma vez terei!!! Mas… o que são férias?

Para mim o principal é: férias = não trabalhar. Só o conceito de “não trabalhar” atrela a si uma quantidade de coisas boas. Por exemplo: não ter que acordar “cedo”, não ter que ligar o despertador, que, por sua vez, está umbilicalmente ligado ao facto de não ter que deitar cedo. Ou seja: deitar tardíssimo, não ligar o despertador e levantar para almoçar, pelo menos. Pois… e é óptimo! Basta fazer isto durante dois dias para entrarmos logo no ritmo. Praticamente viramos o relógio ao contrário, exceptuando as horas das refeições. E o que me surge à ideia? Os tempos de estudante. (“Aiii… que saudades!”) Com uma nuance. Deitava e levanta-me tarde, mas ligava o despertador!!! Numa tentativa, na maior parte das vezes, frustrada de acordar para ir às aulas! O que acontecia era de manhã o despertador ligar a rádio com os locutores irritantemente bem dispostos e travar-se uma batalha entre o anjinho bom e o anjinho mau… quase sempre com um vencedor antecipado. O bom dizia docemente: “Oupa… está na horinha de acordar, tomar banhinho, lavar os dentinhos pegar na pastinha e ir para as aulinhas!” Por muito meiga que fosse a voz nada, ou quase nada, podia vencer o “Desliga isso! Deitaste-te tarde e precisas de descansar! Não podes andar em pé só com meia hora de sono… faz-te mal e não digo isto por mal! Estou a zelar pela tua saúde!” E eu como não gosto de conflitos, e com a saúde não se brinca, tentava agradar aos dois… estendia o braço e suspendia repetidamente o despertar por 6 minutos. Um abanava a cabeça desolado, como que a desaprovar a minha iminente cedência aos lençóis. O outro fazia um risinho tipicamente mafarrico e para ajudar à festa fazia com que ficasse muito frio e chovesse violentamente contra a janela do meu quarto para o caso de me dar um acesso de loucura e sair da cama, voltando assim para trás com a mesma destreza…! Obviamente a minha vida de estudante não foi sempre assim… mas andou lá perto.

O problema maior disto tudo, ao entrar neste ritmo, quase vegetativo, em que a playstation ganha destaque, é o regressar ao trabalho. E aí não é em dois dias que se ganha o ritmo… nem em dois meses… nem sei se se ganha ritmo sequer!

Mas o melhor é não pensar nisso.

Não quero sentir na pele aquilo que digo aos que estão de férias, na maior parte das vezes emigrantes:

-“Então? Estás de férias?

- É verdade!

- E… quando vais embora?"

Um enfadado e de peito cheio: “Até já!”


Quando cai a noite na cidade… 

Embora pareça que tenha algo a ver com a eterna imberbe Anabela (é a Anabela, em Portugal e o Leonardo Di Caprio em Hollywood), o título deste post refere-se ao mesmo tema do post anterior. Não para falar daquele estudo estúpido sobre bebidas e cigarros nas mãos, o qual me vai sair caro e constrangedor, (pois tenho a sensação que quando amigos meus me encontrarem na Noite me estenderão a mão só para ver a minha reacção mesmo que 5 minutos antes os tenha cumprimentado de forma convincente), mas para falar de outra espécie que vagueia na noite.

Falo exactamente, como tinha prometido, daquele tipo de pessoas que nem bebem, nem fumam e mal falam, que de uma forma resumida se pode dizer que não fazem nada. Apenas estão. Saem à noite, juntam-se duas, no máximo três, (encalhadas) e é mais frequente ver este grupo na versão feminina, pois considero bastante difícil juntarem-se 2 homens e nenhum deles beber ou fumar…

Não fugindo à ideia, estas pessoas correm tudo quanto é lugar (bares, cafés, discotecas e similares) e a primeira coisa que fazem é colocarem-se numa esquina ou canto do bar. Porquê? Porque se acampam no meio têm de forçosamente de estar a olhar à volta. E isso parece que não, mas é cansativo, maçador, dá demasiado nas vistas, e no dia seguinte dói o pescoço. Não sei se me fiz entender… Uma das características desta raça é a observação, a análise silenciosa das ocorrências, com breves comentários para o lado do género: “ahhhh, já viste aquela agora anda com aquele?”, “Ai que gorda esta a namorada daquele!!! Se calhar está grávida!”, “Olha, olha… é todas as noites isto embebeda-se em casa e depois aqui só arma confusão!”, “Aquele ali quando é início do mês bebe e paga a toda a gente, mas depois anda a pedir dinheiro emprestado para beber ou cola-se para que lhe paguem!” ou de uma forma mais simpática: cusquice.

E qual o melhor local para se fazer uma boa observação ou cuscar? Uma esquina, um canto, obviamente… que me eu lembre nunca vi nenhuma prostituta no meio de uma praça a rodar sobre si mesma a ver se fila o 38º cliente da noite. Se assim fosse no Porto eram só buracos. Mas eu não sou a pessoa mais indicada para falar sobre esta profissão. Este comentário foi ouvido dum amigo meu, que tem amigo que é amigo do maior amigo dele, ok?

Voltando ao raciocínio… esta raça mantêm-se num local não por tempo definido, mas por percentagem em relação à lotação. Podemos crer que quando o local desce a linha dos 40% da lotação é praticamente garantido a saída delas também. Conhecem-se tão bem que basta uma simples troca de olhares para uma ou outra perceber que o tempo dali para a frente é perdido… nada mais de interessante vai acontecer. Se alguma delas estiver distraída usam então a expressão codificada: “Bora?”
Esta espécie não está em vias de extinção, mas, sorte a nossa, também não tem muito por onde se espalhar. De década em década, o grupo vai-se renovando, podendo chegar a se encontrarem três gerações. Algumas deixam estes grupos por violação dos regulamentos ou estatutos. Isso acontece quando uma delas arranja namorado. Deixa de haver tempo para o grupo, uma das características principais é alterada (o encalhe) e é prontamente excluída, passando a ser tratada pelo grupo como inimiga sendo colocada como alvo preferencial de observações futuras… o que não deve ser nada bonito, é que a reputação de quem sai do grupo esta seriamente ameaçada, pelos anos anteriores de partilha que podem ser agora divulgados ao trombone.

São também caracterizadas pela sua vertente forreta… raramente consomem para além de um café e mesmo andando sempre o mesmo grupo, cada uma paga a sua despesa para não haver confusões… Vivem na sociedade, mas fora dela… é estranho, não é? São quase como uma sociedade à parte, outro mundo feito de coisinhas banais em que o tema menopausa está ao mesmo nível do tema morte e os temas roupa e feira andam de mãos dadas como que de concubinas se tratasse… ou seja o "Cusquimatrix".


terça-feira, agosto 01, 2006

3 Braços? Dava jeito! 

Um dos fenómenos que se vê na Noite, e refiro-me a noite de copos, é a postura de um certo tipo de pessoas. Antes de prosseguir, devo dizer que sob o meu ponto de vista há vários tipos de noctívagos: os que bebem, os que fumam, os que bebem e fumam e os que não fazem nada. Sobre os últimos falarei mais tarde, um dia destes.

A reflexão de hoje é apontada para um grupo. Os que fumam e bebem. Devo dizer, e não tenho muito orgulho nisso, que me incluo nos que bebem e fumam. Por isso esta reflexão será também baseada na minha experiência nestas andanças.

Após ter revelado uma das minhas facetas menos boas, chego à conclusão que o Homem não foi pensado para beber e fumar ao mesmo tempo… isto no âmbito da noite, claro… Porquê?
Reparem… estão num bar, bebida numa mão, cigarro na outra. Não estão a ver? Para as mulheres o problema até nem será muito… a não ser que sejam pudicas! Pudicas? No final, explico. Acaba de entrar no bar alguém conhecido e ele estende a mão para nos cumprimentar… que fazer? Temos várias opções…




1ª - Se estivermos perto do balcão (barriguinha tipicamente encostada, a gritar para o barman a pedir 10 shoots como se o mundo acabasse dali a 7 minutos), o copo é pousado no balcão e sem problema estendemos o bacalhau e encerramos a questão.

2ª – Estão no meio da multidão, e pelo meio da mesma alguém conhecido fura e estende a mão… temos problemas…, têm as duas mãos ocupadas, uma com o cigarro e outra com a bebida… e temos de estender imediata e obrigatoriamente a mão direita para não deixarmos o amigo pendurado. O copo está na mão esquerda e o cigarro? Exacto… na outra mão. Solução: Olhadela no cigarro… se está a acabar, fora com ele, mão imediatamente estendida e assunto arrumado! Acende-se outro dali a 5 minutos porque aquele não foi totalmente fumado e ficou uma sensação de vazio… Mas… e se o cigarro acabou de ser aceso? E até ainda estávamos a meter o isqueiro ao bolso? Simples… cigarro à boca e estendemos a mão e já está… apenas corremos o risco de ficar com uma cara um tanto ou quanto estranha porque o fumo sobe pela cara e entra nos olhos e arde… os olhos ficam semicerrados e a lágrima vem atrás… e sorte se não tivermos de falar com o cigarro na boca porque aí a conversa não fica lá muito perceptível.



3ª – Imaginemos agora a situação anterior (multidão, amigo fura e estende a mão, etc) só que o copo está na mão direita e o cigarro? Exactamente… na outra mão (Estão atentos!!!). Como fazemos? Aqui tem de entrar forçosamente em acção a experiência! Repetem-se as soluções anteriores, mas de forma sequencial e sincronizada…começando por trocar os objectos de mão.

4ª – Há ainda outra hipótese! (eu quando quero consigo ser chato) Imaginando a situação anterior… mas colocando na mesma mão o cigarro e a bebida… Convém depois não se esquecer disso, ao levar a bebida à boca, pois corre-se o risco de bazar uma vista ou na melhor das hipóteses queimar uma melena de cabelo…

Claro que esta problemática toda só se aplica entre homens heterossexuais, certo? Porque no caso de/com mulheres facilmente o beijo é dado tendo em conta apenas de afastar o copo para não entornar e o cigarro para não queimar.

Relativamente às mulheres pudicas, referidas anteriormente, era no caso de não cumprimentarem conhecidos com beijos e optarem por estenderem a mão… e aí aplica-se o artigo 2º e 3º desta reflexão.

Tudo isto se tornaria mais simples se tivéssemos mais um braço… ou uma base para copos incorporada… (o braço era bem melhor) Já estou a ver os historiadores (um José Hermano Saraiva, mas com um fato prateado e óculos de sol espelhados) daqui a milhares de anos a estudar a evolução do homem desde o macaco ao Homo Sapiens Sapiens e deste ao homem com três braços baseando-se no estilo de vida do segundo milénio em que “o homem começou a sentir necessidade de ter mais um braço para as tarefas sociais que começou a surgir do peito como se de uma borbulha gigante se tratasse…” se bem que para as tarefas pessoais a coisa podia também dar algum jeito… mas não, não vamos entrar por aí!!!


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